VIOLÊNCIA CONTRA DEFICIENTES

Uma outra forma de violência ganhou espaço com a utilização de pessoas com deficiências para experimentos de pesquisa. Durante as décadas de 40, 50 e 60 as pessoas com deficiências eram utilizadas rotineiramente em uma grande variedade de testes e experimentos, como, por exemplo, exposição à radiação para análise de seus efeitos sobre o corpo humano.
A violência afeta diretamente a vida e o desenvolvimento das pessoas, podendo se manifestar de diversas maneiras. Para explicar a ocorrência de abusos, pesquisadores propõem um modelo que enfoca o desequilíbrio de poder entre a vítima e o agressor, o que leva a crer que a população que apresenta deficiências pode constituir um grupo de risco para a vitimização. Na literatura brasileira, são escassos os dados sobre violência contra deficientes, pois são levantamentos difíceis de serem realizados e porque a cultura, em muitas ocasiões, não valoriza a inclusão social desses indivíduos, marginalizados às estatísticas.? Uma realidade que revela poucas políticas e atitudes de combate à discriminação não poderia, de fato, resultar em uma sociedade inclusiva, mas em atos de exploração, violência e abuso.
Atos de violência podem ocorrer de diversas maneiras. Entendemos que toda forma de exploração, abusos, maus-tratos, exclusão e discriminação são formas de violência, mas é muito importante considerar não apenas as agressões físicas, como também a violência moral e psicológica. É um ato violento tanto aquele que gera um dano físico como o que impede o direito de ir e vir de uma pessoa com deficiência, "mesmo que não haja sangue" (WERNECK). É preciso considerar a violência em todas as suas manifestações, para que as estratégias de prevenção sejam mais eficazes.
Embora a legislação brasileira tenha avançado na luta contra a discriminação dirigida às pessoas com deficiências e tenha o papel de garantir seus direitos, os poucos estudos existentes revelam que nem a lei é conhecida pela população, nem é aplicada na maioria das vezes.
A Organização Mundial de Saúde, as várias associações de pessoas com deficiências, organismos de defesa de direitos humanos e de pessoas com deficiência vêm tentando resgatar o valor desses indivíduos como seres humanos, independente de sua educabilidade e/ou produtividade. Necessário se faz, aprender a valorizar o ser humano, qualquer que seja a sua condição ou deficiência, pelo simples fato de existir, e não pelo que será capaz de aprender ou produzir.
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